Há pessoas que se amam, sim, mas não estão juntas
Não
basta amar tão somente, para se ter garantia de que os finais felizes virão. O
amor requer cuidados, atenção, entregas e renúncias, o que nem todos estamos
dispostos a ofertar. A convivência diária é repleta de armadilhas e de
desgastes que se avolumam, embaralhando os sentimentos de quem está mergulhado
no compartilhamento de vidas.
Quando
nos lançamos ao encontro do outro, teremos que trazer para dentro de nossas
vidas tudo o que ele traz, tanto aquilo que nos satisfaz, quanto o que nos
desagrada. Não existe nada que o passar do tempo não desmascare, não traga à
tona, não torne claro, mesmo que à nossa revelia. Da mesma forma, estamos
sujeitos a mudar de opiniões, a mudarmos nosso comportamento, pois assim é a
vida. E, nesse contexto, não raro mudamos de forma a desagradar quem estava
acostumado com o nosso antigo eu.
A
convivência diária acaba nos obrigando a enfrentar tudo o que somos, o nosso
melhor e o nosso pior, uma vez que existem pessoas ali bem perto, que recebem
imediatamente os reflexos de nossas atitudes. Porque, quando compomos uma
família, já não podemos agir sem que isso se estenda ao parceiro e/ou aos
filhos, cujas vidas se ligam às nossas com proximidade e carga emocional
intensa.
Caso
não prestemos atenção aos anseios e às necessidades de quem caminha ao nosso
lado, por conta da priorização exclusiva do que queremos, sem levar em conta as
vidas que nos rodeiam, dormem e acordam ao nosso lado, iremos nos distanciar
cada vez mais de nossa família, de corpo e alma. O amor é troca, é ida com
volta, é dar e receber, ou seja, não permanecerá onde não encontre
contrapartida sincera, retorno de olhares, de toques, de sonhos.
Por
isso é que muitas pessoas se separam, mesmo que ainda se amem. Não deixaram de
se amar, mas pararam de prestar atenção nos olhos de quem torcia ali bem
juntinho, cessaram o apertar das mãos que se tateavam em vão por entre a
escuridão dos lençóis frios, deixaram de construir aqueles sonhos bobos, mas
essenciais à continuidade dos passos harmoniosos, dos desejos em comunhão. E
assim se perderam de si mesmos e do outro.
Portanto,
é necessário que sejamos mais fortes do que a dureza desarmônica do dia-a-dia e
do cotidiano maçante, que muitas vezes assolam nossos sentidos, desconstruindo
nossos sonhos e nos desviando de nossa busca pela felicidade junto de alguém,
inclusive de alguém que já está ali do nosso lado, pronto para lutar junto,
sonhar junto, crescer junto. Triste não podermos caminhar de mãos dadas com
quem amamos, mas ainda mais desolador é ver o amor de nossas vidas se afastando
por conta de tudo o que deixamos de ser e de fazer – mas poderíamos, mas
deveríamos…
FONTE:http://www.psiconlinews.com/2016/02/ha-pessoas-que-se-amam-sim-mas-nao-estao-juntas.html,
17:40h.
Comentários