QUANDO A MEDICAÇÃO PODE SER BENÉFICA.
No
exercício da atividade psicoterápica, muitas vezes nos depararmos com o
questionamento sobre a escolha entre medicação e psicoterapia. Não são raros os
casos onde a escolha pode ser pela utilização de ambas. A medicação visa sempre restabelecer
um equilíbrio no nosso corpo, que pode beneficiar a psicoterapia. t Quando temos dores e tomamos
analgésicos, a finalidade é aliviar o sintoma e não a causa. Se não corrermos
atrás da causa da dor, estaremos sempre recorrendo a essa medicação. No campo da psicologia, podemos fazer um
paralelo: se a pessoa se encontra deprimido/a, a medicação pode ser um bom
estabilizador, mas, a situação que causou a depressão não é alterada com a
medicação. As causas são variadas: dificuldade no relacionamento interpessoal,
pensamentos negativos, demasiada concentração nos problemas alheios e não nos
nossos, dificuldade em perceber e estabelecer limites perante os outros ou
fraco controle de impulsos. A medicação pode ser importante sim para condições
mais sérias, mas não é desejável que seja a longo prazo. A psicoterapia pode levar a
pessoa a desenvolver meios que a ajude a tomar decisões para melhorar a própria
vida. Há casos que com um nível elevado de medicação, fica
difícil ter acesso às emoções e pode ser aconselhável diminuir a medicação.
Isso pode ser necessário para que a pessoa consiga ir crescendo por
dentro, dando significado ao que sente, perceber e reaprender que é possível
emocionar-se sem sobrecarregar o sistema.
Cada caso deve ser
analisado com cuidado. É preciso ficar atento se os recursos existentes podem permitir apenas
trabalho psicoterapêutico ou se é necessário a utilização de uma terapia
medicamentosa simultaneamente a
psicoterapia.
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